Estou envolvido num projecto enorme que inclui o desenvolvimento de uma Aplicação de Gestão de uma empresa. A grande dificuldade passa pela própria dimensão da empresa e da sua complexidade. Existem 7 departamentos diferentes que executam várias funções distintas, no entanto, há um workflow contínuo que permite que o trabalho vá passando de departamento em departamento e há um repositório de informação em que todos os departamentos vão buscar dados.
Para a concepção desta nova aplicação, primeiro realizámos entrevistas com pessoas de todos os departamentos de forma a tentar perceber quais eram as suas tarefas e de que forma as desempenhavam (actividade). Após duas semanas de entrevistas, foi altura de analizar todos os dados que registámos e começar a pensar no futuro workflow da Aplicação. Uma semana depois comecei a fazer a Prototipagem em Papel dos ecrãs da futura aplicação.
Prototipagem em Papel
A prototipagem em papel é uma maneira fácil e rápida de criar esboços de páginas que podem ser usadas para fazer testes com utilizadores.
Porquê em papel e não noutro formato? Porque em papel dá para apagar e voltar a escrever por cima, tirar notas, dobrar, recortar... e é mais rápido de desenhar do que se fosse feito através de algum software.
A prototipagem em papel é particularmente útil para recolher dados sobre:
- Conceitos e terminologia: Os utilizadores percebem os termos escolhidos para os formulários?
- Navegação: Os passos que uma tarefa requer são compreendidos pelos utilizadores? Correspondem às suas expectativas?
- Conteúdo: O interface fornece a informação que os utilizadores querem ver? Existe alguma informação em falta ou a mais?
- Layout da página: Apesar dos ecrãs desenhados não serem nada bonitos, dá para se ter uma ideia da localização da informação. Os campos e objectos estão onde os utilizadores esperam? A informação disponibilizada é demasiada, pouca, ou a correcta?
- Funcionalidade: Através da interacção com os utilizadores podemos descobrir funcionalidades que eles necessitam e que não foram concebidas, ou então funcionalidades que estão no papel mas que os utilizadores não necessitam.
E os benefícios incluem:
- Testar o layout antes de começar a programar: Há funcionalidades que são muito complexas de programar e se elas começarem a ser desenvolvidas antes de se obter o feedback dos utilizadores, depois torna-se mais difícil corrigi-las. Desta forma, podemos testar o interface sem programar uma linha de código.
- Fazer alterações rapidamente: Com os protótipos em papel podemos rapidamente apagar ou escrever por cima, mesmo durante os testes de usabilidade.
- Eliminar variáveis tecnológicas nos testes de usabilidade: Muitas vezes há problemas técnicos que fazem com que os testes não se possam realizar ou que tenham que ser adiados. Com os protótipos em papel não há problemas técnicos que possam impedir a realização dos testes.
Terminei hoje de fazer todos os protótipos e devido à dimensão da Aplicação, tenho no total 135 ecrãs! Amanhã é dia de testes de usabilidade com os utilizadores...
Actualização
Quinta, 10 Novembro, 2005
O primeiro dia de testes correu melhor do que esperava. Devido à complexidade de todos os processos que existem na empresa tive medo que me tivesse esquecido de algo importante ou que algum ecrã não tivesse a informação correcta. No entanto, durante os primeiros testes da manhã o resultado foi muito positivo. Os utilizadores gostaram da ideia e aprovaram todos os layouts apesar de terem dado algumas recomendações para melhorar um pouco mais o interface.
Juntamente com os colaboradores, também estiveram presentes nos testes os administradores da empresa porque afinal eles também querem ver aquilo pelo que estão a pagar. De qualquer das formas, todos os colaboradores se sentiram à vontade com a presença dos administradores e por um lado até foi positivo que eles estivessem presentes porque têm um conhecimento global do negócio que os colaboradores não têm (cada colaborador apenas executa as tarefas do seu departamento) e era importante interligar as tarefas dos vários departamentos para se ter uma ideia global do funcionamento da empresa e desssa forma perceber se os protótipos faziam sentido num contexto mais global.
No final dos testes as pessoas sairam satisfeitas porque nunca pensaram que seria possível que alguma pessoa externa à empresa pudesse compreender o seu funcionamento num espaço de tempo tão curto (1 mês de análise) e que pudesse ser-lhes mostrado em papel o funcionamento de uma futura aplicação.
Para eles a fase seguinte seria já passar aquilo para produção, mas expliquei-lhes que a fase seguinte seria passar os ecrãs para formato digital (wireframes) e depois voltar a mostrar-lhes para saber a sua opinião relativamente a cada um. Nesta altura ficaram espantados (no bom sentido) sobre o facto que ainda iriam poder dar mais uma vista de olhos nos ecrãs mas agora num formato mais próximo do resultado final. Foi a cereja no topo do bolo!
E agora posso-me gabar um bocadinho: a palavra que mais ouvi depois de cada teste foi: "Parabéns!!". E deu para perceber que as pessoas estavam mesmo felizes por no futuro terem uma aplicação que lhes possa facilitar o trabalho :D
Neste primeiro dia fiz testes com 13 pessoas (4 departamentos). Amanhã é dia de testar com as pessoas dos restantes 3 departamentos. Hoje o meu ego está em alta. Espero que assim continue amanhã :)
Actualização
Sexta, 11 Novembro, 2005
Os testes de hoje decorreram com sucesso. Apesar de não ter sido possível terminar os testes com todos os utilizadores por motivos que me são alheios (falta 1 departamento), o resultado final pode-se considerar que foi bastante positivo.
Com base nos protótipos foi possível fazer com que as pessoas navegassem pelos ecrãs e dessa forma compreendessem aquilo que irão ver no futuro na nova aplicação. O feedback recebido foi muito positivo e ajudou a completar alguns ecrãs e a remendar outros. Houve ainda algumas questões não mencionadas nas entrevistas (fase de análise) e que foram mencionadas durante a interacção com os protótipos. Sendo assim, esta prototipagem acabou por complementar um pouco a recolha de informação, que, por se tratar de uma empresa com muitas tarefas e procedimentos complicados, é normal que as pessoas se esqueçam de mencionar algo. A partir do momento em que lhes é apresentado um protótipo com o qual podem interagir e podem ver a informação que lhes será disponibilizada, é normal que se lembrem de algo mais e aí sim dizem: "Ah, mas falta aqui isto que me tinha esquecido!".
Esta é a fase ideal onde nos devem dizer o que falta na aplicação além daquilo que lhes foi mostrado. Desta forma evitamos no futuro ter de fazer correcções já no processo de desenvolvimento e programação da aplicação.
Conclusão
Através da utilização de protótipos simples e rápidos de construir foi possível testar a interacção dos utilizadores com uma futura aplicação web. Estes testes permitiram fazer a validação dos ecrãs propostos e obter um feedback importante dos futuros utilizadores.
Nesta fase foram identificadas algumas alterações a fazer nos ecrãs antes mesmo de se começar a programar ou a desenvolver a aplicação. Uma vez que se tratam de protótipos em papel, as alterações foram efectuadas a lápis, mesmo durante os testes com os utilizadores.
Desta forma, os próprios utilizadores sentem que tiveram um papel importante na concepção da nova aplicação, o que permite que no futuro, durante a implementação haja uma maior cooperação das pessoas para passarem a usar esta aplicação em vez dos métodos antigos.
Depois da validação dos protótipos é altura de começar a conceber os Wireframes.
58 Comentários
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Rui Moura
9 de Novembro de 2005, 14:43
Parece-me realmente uma grande ideia meter isso tudo no papel. E boa sorte para o trabalho, que isso deve realmente estar a dar uma trabalhiera enorme :)
andr3
9 de Novembro de 2005, 15:04
Boas!
Mockups são de facto muito úteis. Uma outra vantagem é que podes ter um feedback activo no design de interfaces. Podes dar o papel ao utilizador durante a entrevista e pedir-lhe para reescrever a interface de acordo com o seu gosto. Dá ao utilizador uma maior sensação de participação (o que é sempre bom, feedback mais fiável) e dá-te a ti, developer, ideias que até podem vir a traduzir-se em bons melhoramentos. (nem sempre, claro.)
Há muita gente que subestima esta técnica.
Vai-nos mantendo actualizados. ;)
Visitante X
9 de Novembro de 2005, 16:14
É realmente curioso ver um cliente convencido em investir essas duas semanas a desenvolver um protótipo facilmente analisável e mutável, normalmente o que pretendem é ter logo algo no ecrã, e depois “perder” mais de duas semanas a corrigir o que não consideram bem.
Mas agora, para ter essas páginas todas, e para fazer o fluxo, devem estar a fazer isso no chão de um ginásio, não? eh eh eh :D
Ivo Gomes
9 de Novembro de 2005, 16:30
A trabalheira tem sido enorme. Só espero que corra tudo bem amanhã nos testes de usabilidade.
De facto para fazer todos estes protótipos tive que me mudar para a mesa de reuniões que é bastante grande. Durante 2 semanas foi o meu posto de trabalho :)
sab
9 de Novembro de 2005, 16:51
Será interessante depois saber qual o resultados dos testes de usabilidade e como os utilziadores reagem a esta forma de trabalhar.
d3x7r0
9 de Novembro de 2005, 19:20
(smilies pequenos demais btw LOL :-P )
Realmente isso é uma grande ideia, já a tinha lido num livro sobre HTML que li há uns anos por acaso mas nunca tinha pensado tão profundamente nela como exemplificaste agora ;-)
Outra coisa é também o facto de muitos novatos nestas lides se esquecerem que os utilizadores têm de perceber os termos do site. É muito facil usar “giria informatica” mas é normal que muitas pessoas não percebam o que essas palavras significam pelo que devem ser substituidas (um bom exemplo é o login/logout)
Mario
10 de Novembro de 2005, 11:47
Poxa 135…
Sempre usei esse método para tentar dar a minha ideia conceptual de um layout, mas nunca me lembrei de criar um site na sua totalidade em papel, apenas uma ideia geral do mais importante.
Depois conta como correu e se achas que valeu a pena o trabalho todo.
Monthiel
10 de Novembro de 2005, 14:26
Realmente a idéia é muito boa, eu já até tinha pensado nisso algumas vezes, mas eu não sabia que designers de verdade utilizavam esse método….
grande artigo meu, parabéns..
Ivo Gomes
10 de Novembro de 2005, 19:30
O primeiro dia de testes terminou com êxito! Hoje tenho o ego em alta :)
Fiz uma actualização ao artigo e vou actualizá-lo no final do dia de amanhã para vos dar a conhecer o resultado final e os próximos passos a seguir.
A
10 de Novembro de 2005, 23:15
É uma coisa que o Ivo faz pouco, mas seria de bom tom citar a origem deste método.
Rui Moura
11 de Novembro de 2005, 02:19
???
Ivo Gomes
11 de Novembro de 2005, 08:48
Se é de bom tom citar a origem do método, então cá vai:
* A primeira vez que ouvi falar deste método foi nas aulas de Design de Sistemas de Informação na Licenciatura em Ergonomia na FMH. Nessa altura não chegámos a ter nenhuma aula prática mas falámos sobre isso.
* No início deste ano, num curso intensivo de Usabilidade em Madrid também voltámos a abordar este tema com alguns exemplos, mas também não fizémos nenhum exercício prático.
* Há pouco tempo, há cerca de 6 meses li o livro “Paper Prototyping” que tem exemplos e métodos para criar este tipo de protótipos e é um livro bastante conhecido para quem faz Arquitectura de Informação. Para quem quiser começar a aplicar este método, recomendo a leitura do livro.
Desta forma não posso citar a origem de um método porque não sei quem o inventou. Da mesma forma que não sei citar a origem do “Card Sorting” ou dos “Focus Groups”. São metodologias para as quais tive formação teórica (e em algumas também prática) e que servem para desempenhar a minha actividade. Este blog serve simplesmente para dar a conhecer aos outros estas técnicas ou metodologias (relativamente à prototipagem em papel parece que algumas pessoas conheciam e outras não) e demonstrar se são eficientes ou não na concepção ou análise de um sistema de informação.
Rui Moura
11 de Novembro de 2005, 11:36
Resposta melhor é impossivel. Parabéns ;)
Fábio Caparica de Luna
13 de Novembro de 2005, 20:32
Olá Ivo,
Muito bom saber que há mais gente trabalhando com isto. Estou apenas começando, mas ao que tudo indica deverei passar um bom tempo trabalhando com Prototipação Rápida em Papel.
Não sei se vc chegou a ver, mas existe um soft que ajuda a preparar tudo… Chama-se DENIM.
Pareceu interessante numa primeira olhada. Baixei e vou fuçar um pouco mais…
[]’s
Ivo Gomes
13 de Novembro de 2005, 20:39
Olá Fábio!
Já conhecia o DENIM. Experimentei há uns meses atrás e não gostei muito. Prefiro a versão em papel mesmo :)
O facto de escrever com o rato faz com que o método não seja muito eficiente, no entanto com esse software é possível criar links entre páginas, o que é bom em termos de interactividade, mas pode ser mau nos testes com utilizadores que, além de terem que se aperceber como vai funcionar a nova aplicação, têm também que perceber como funciona o DENIM para poderem navegar nas páginas!
d3x7r0
13 de Novembro de 2005, 21:43
Ivo se tiveres um tablet pc pode tornar-se util não? ;)
Ivo Gomes
14 de Novembro de 2005, 12:13
Não tenho um tablet, só um laptop…
Carlos Afonso
15 de Novembro de 2005, 10:08
Artigo muito interessante sobre a aplicação de técnica simples no desenvolvimento de algo de elevada tecnologia. Concordo consigo quando diz que o papel (meio analógico) é mais rápido/fácil de usar do que os meios digitais para todas as pessoas envolvidas.
bordalix
25 de Novembro de 2005, 21:29
pois, de vez em quando é preciso abandonar o digital e voltar ao analógico.
Fernando Lima
7 de Dezembro de 2005, 12:39
Bom dia Ivo,
Como dito anteriormente a você: parabéns! A experiência que você compartilha conosco, me vai ser muit útil.
Não sei como é aí, mas aqui no Brasil, as empresas (especialmente as pequenas) demoram a incorporar novos métodos e processos não ortodoxos. Quanto aos clientes, eu não tenho essa tipo de informação.
Gostaria de saber se você encontrou alguma resistência, por parte do cliente, para adotar esses novos métodos de desenvolvimento. Se sim, como você conseguiu convencê-lo de que esses processos são mais produtivos?
[ ]´s
Sab
7 de Dezembro de 2005, 14:05
Subscrevo o comentário do Fernando Lima.
Que tal a experiência de aceitação por parte da empresa onde estão a fazer este trabalho? Não estou a falar dos utilizadores, mas de quem contrata e paga.
E por curiosidade qual a dimensão (nº de empregados) da empresa onde o trabalho foi feito?
Gostei muito deste artigo e gostava de aproveitar a tua expirência para trabalho in-house.
Ivo Gomes
8 de Dezembro de 2005, 13:32
Olá Fernando e Sab!
Em relação ao cliente em si, não houve nenhum constrangimento em relação ao uso destas técnicas. O processo foi explicado na fase de pré-venda e tudo ficou esclarecido. Esta primeira fase seria essencialmente uma fase de análise e de recolha de dados que serão importantes para o desenvolvimento futuro da aplicação. O sucesso de uma aplicação deste tipo teria que passar sempre por uma fase de análise prévia e sem isso não poderiamos garantir que a aplicação colmatasse todas as necessidades dos utilizadores.
Em algumas entrevistas e testes de protótipos estiveram presentes os próprios administradores da empresa para conhecerem o processo e pareceu-me que ficaram bastante satisfeitos. As expectativas em relação à aplicação em si aumentaram entre os utilizadores e os administradores da empresa.
A dimensão da empresa é de cerca de 100 trabalhadores.
Fernando Lima
8 de Dezembro de 2005, 14:28
Ivo,
Meu maior problema seria então, convencer empresas onde trabalho que todos esses métodos fazem parte da análise e coleta de dados sobre o cliente e usuários. Os argumentos a favor são muito fortes realmente, mas aqui onde trabalho a prioridade ainda é prazo em detrimento de outros aspectos que considero fundamentais e que fazem parte do planejamento.
É um trabalho de catequização! Sites como o seu ajudam bastante nesse processo.
[]´s
Fabiano
22 de Março de 2006, 13:53
Muito bom, gostei muito de ler as preciosas informações.
Ale
22 de Março de 2006, 18:59
No curso que estou fazendo temos que obrigatoriamente manter todo esse tipo de documentacao, chamamos “storyboard”! Eu achei um pouco dificil no inicio, mas me habituei e tudo que faco agora comeca assim.
Leonardo A. Souza
28 de Março de 2006, 20:55
Muito bom este artigo. Parabens!
Carlos Trindade
8 de Julho de 2006, 12:21
Bom artigo por abordar um tema que em maior parte das webagencies portuguesas ignora.
No entanto discordo completamente do suporte.
Protos em papel é um processo mais lento e confuso e a qualidade final é bem inferior, comparada com qualquer software com a mesma finalidade.
Este facto juntando ao timmings curtos de desenvolvimento e à resistência que existe em adoptar protos durante os projectos torna-se difícil vingar a ideia no departamento. Um mês de análise é um oásis para maior parte dos profissionais da área.
Pela experiência que tenho:
– Partilhar essa proto com o resto da equipa de desenvolvimento pode tornar-se num problema. Para os designers nem vou falar…
– Para os utilizadores ainda mais durante os testes que falas. A tua caligrafia não é das piores que eu vi;). Mas para outros pode ser. Ainda mais se o numero de templates é tão grande como o teu exemplo. Manter a caligrafia em mais de 100 templates durante o trabalho de um dia, não existe. Se for um trabalho que envolve duas ou mais pessoas ainda pior.
– a proto em papel foi usada no tempos da maria caxuxa, quando não existiam o leque de aplicações de hoje. Ainda mais quando a disponibilidade e conhecimento de aplicações proto era muito reduzida.
– Reaproveitar ou criar variações de templates escritos à mão demora mais tempo. “à la pate” como dizes não existe forma de reduzir o tempo necessário para estes processos.
– Look and feel da webpage – o “white space ” confrontado com os conteúdos do futuro site podem estar muito longe da realidade. Porque não desenvolver protos que sirvam já para a equipa de desenvolvimento/design e para os teus testes de usabilidade. Reduzes o tempo de análise e consegues que aquele webdesigner,que julga que a navegação do site tem que ser “gira” e a descobrir pelo utilizador, não tenha espaço de manobra para criar uma website circa 2000.
– A disposição dos elementos em áreas de repetição varia de template em template se os protos são feitos à mão.
– Apresentar papéis escritos à mão com correcções não será a longo prazo a melhor forma de apresentar futuros produtos aos clientes. Ainda mais quando este processo entra no inicio do projecto, nas primeiras reuniões com os clientes.
Resumindo, dou-te muito crédito por usares protos, no entanto aconselho-te a usar uma aplicação para o fazer. Já entendi que o fizeste, mas talvez não tenha sido a correcta. Vais ver que não queres outra coisa.
Eu uso protos nos meus freelances quando trabalho com webdesigners “júnior” ou quando é o meu primeiro projecto com eles. Reduz o tempo de desenvolvimento web e de design. Vende muito bem ao cliente com protos e consigo que ele tenha a noção exacta do que será o site confrontando a proto com a sua comunicação.
Sem artifícios sem distracções sempre com usabilidade.
Ivo Gomes
8 de Julho de 2006, 12:56
Nem sempre uso os protótipos em papel. Depende do projecto. Para uns faço em papel, outros faço em wireframe e outros ainda faço já em XHTML. Tudo vai depender da complexidade e da forma como quero que seja feita a validação dos ecrãs.
Neste caso usei o papel porque eram muitos ecrãs e que necessitavam de ser validados por vários grupos de utilizadores. A validação correu muito bem e se não tivesse sido feito em papel seria difícil fazer as alterações que foram sendo recomendadas pelos utilizadores. Não fiz a validação com wireframes porque durante o próprio processo de criação dos ecrãs foram sendo feitas alterações aos ecrãs anteriores. Era uma aplicação complexa e com muitas dependências. Foi mais fácil ter as folhas à frente e fazer as alterações directamente a lápis do que andar a abrir documentos e a fazer alterações usando um software.
No entanto, tudo depende do objectivo que se quer alcançar. Numas situações o uso do papel pode facilitar bastante a criação dos protótipos enquanto que noutras se pode perder demasiado tempo a desenhar. É uma escolha que tem que se fazer à partida.
Os protótipos em papel não foram partilhados com a equipa de desenvolvimento. Apenas foram usados para validação de ecrãs com os utilizadores. A equipa de desenvolvimento recebeu um documento com os wireframes já validados e prontos a ser implementados.
Quanto à caligrafia, eu estive sempre presente quando os protótipos foram apresentados e como tal é mais fácil explicar alguma palavra que não se conseguisse perceber. De qualquer das formas, tentei usar uma letra que se percebesse e um código de cores para identificar links e os conteúdos dos menus de selecção.
Sab
8 de Julho de 2006, 21:18
Não concordo com a opinião do Carlos Trindade. A utilização de protótipos em papel (rascunhos), permite aos clientes estar mais à vontade para fazer comentários e pedir alterações. Nom prototipo com um aspecto final as pessoas dão menos feedback. Existem vários estudos sobre este aspecto.
A prototipagem em papel não é portanto de todo substituível por um protótipo feito com software que deve ser deixado para uma fase mais adiantada do projecto.
Robson André
28 de Julho de 2006, 19:59
Ivo,
Realmente utilizar protótipo em papel é muito bom para o proceso de criação de um site, principalmente para aqueles dre grande conteúdo….
Fico muito feliz de saber que não sou o unico maluco de esta utilizando este método no dia dia do trabalho…
Cristian Trentin
24 de Outubro de 2007, 22:59
Sem dúvidas a prototipagem é muito importante, mas tenho dúvidas em como fazer os testes…
João Monteiro
7 de Janeiro de 2009, 10:32
Olá
Muito interessante!Descobri o S/Site agora, ja li 2 artigos e são verdadeiramente uteis e práticos. Parabens!
Miguel Hasselmann
6 de Julho de 2009, 20:52
Muito bom trabalho Ivo. Inclusive estou fazendo um trabalho na pós-graduação e estou utilizando essas técnicas. Elaborei um plano de teste com prototipagem em papal, e estou aplicando os testes e recolhendo os dados. Mas estou ainda procurando referências para justificar minha estratégia. Você poderia, por favor, me indicar alguma referência que justificasse a utilização de testes em protótipos em papel antes de iniciar o desenvolvimento da aplicação?
Obrigado, e parabéns pelo trabalho
Ivo Gomes
10 de Julho de 2009, 17:04
Olá Miguel.
Pode encontrar referências aos benefícios dos testes com protótipos nos artigos de Jakob Neilsen, principalmente no facto da poupança global no projecto em poder alterar as páginas antes mesmo de se começar o desenvolvimento (estima-se que o custo seja 100x maior no final do que na fase inicial)
alexandre
30 de Janeiro de 2010, 04:07
só estou passando para ter algumas informações. Pois sou calouro em D I na FATEA obrigado pelas informações .
José Juraci de Sousa
26 de Abril de 2010, 17:20
Como funcionam os protótipos de papel
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28 de Março de 2006, 10:31
1 de Abril de 2006, 14:33
4 de Maio de 2006, 14:14
14 de Julho de 2006, 09:38
5 de Novembro de 2006, 20:39
4 de Abril de 2007, 09:40
7 de Junho de 2007, 06:01
29 de Outubro de 2010, 16:30
24 de Fevereiro de 2011, 16:12
6 de Maio de 2012, 16:49
28 de Agosto de 2012, 13:56
16 de Janeiro de 2014, 16:31
26 de Junho de 2014, 14:08
28 de Novembro de 2014, 16:54
12 de Março de 2015, 14:39
12 de Março de 2015, 15:14
10 de Junho de 2015, 14:25
7 de Agosto de 2015, 15:03
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